Plano de Ação para a IA dos EUA: Estratégia Abrangente para Dominância Global

A Casa Branca, através do Escritório de Política Científica e Tecnológica, divulgou em julho de 2025 o "Plano de Ação para a IA da América" (America's AI Action Plan), um documento estratégico que visa consolidar a dominância global dos Estados Unidos em inteligência artificial. O plano é visto como um imperativo de segurança nacional para garantir o futuro do país, transformando a IA em um motor para uma nova era de prosperidade econômica, competitividade e segurança.

O plano se estrutura em três pilares fundamentais: Inovação, Infraestrutura e Diplomacia e Segurança Internacional.

Pilar I: Acelerar a Inovação em IA

O primeiro pilar foca em criar um ambiente propício para que a inovação liderada pelo setor privado prospere. As principais ações incluem:

• Remover Burocracia e Regulações Onerosas: A administração busca identificar e eliminar regulamentações federais que dificultam a inovação e adoção da IA, como a revogação da Ordem Executiva 14110 da administração anterior. O objetivo é evitar que a burocracia sufoque o desenvolvimento da IA em seus estágios iniciais.
• Proteger a Liberdade de Expressão e Valores Americanos na IA: Garante que os sistemas de IA sejam construídos com a liberdade de expressão em mente, livres de vieses ideológicos e focados na verdade objetiva.
• Incentivar a IA de Código Aberto e Peso Aberto: Promover o desenvolvimento e a adoção de modelos de IA de código aberto e peso aberto, que oferecem valor único para inovação, pesquisa acadêmica e flexibilidade para startups e governos.
• Facilitar a Adoção da IA: Estabelecer "sandboxes" regulatórios e Centros de Excelência em IA para que empresas e pesquisadores possam testar e implantar ferramentas de IA rapidamente, especialmente em setores críticos como saúde.
• Capacitar os Trabalhadores Americanos na Era da IA: Focar no desenvolvimento de habilidades em IA para a força de trabalho, oferecendo programas de treinamento e requalificação para ajudar os trabalhadores a navegar na transição impulsionada pela IA.
• Apoiar a Manufatura de Próxima Geração: Investir em tecnologias de manufatura fundacionais e translacionais, como drones autônomos, carros autônomos e robótica, para garantir que os EUA sejam fabricantes de classe mundial dessas tecnologias.
• Investir em Ciência Habilitada por IA: Acelerar o avanço científico através de sistemas de IA que podem gerar modelos de estruturas de proteínas, novos materiais e formular hipóteses.
• Construir Conjuntos de Dados Científicos de Classe Mundial: Liderar a criação dos maiores e mais qualificados conjuntos de dados científicos prontos para IA, com respeito aos direitos individuais e proteção da privacidade.
• Avançar na Ciência da IA: Priorizar o investimento em pesquisa teórica, computacional e experimental para descobrir novos paradigmas que avancem as capacidades da IA.
• Investir em Interpretabilidade, Controle e Robustez da IA: Fazer avanços fundamentais na compreensão e controle dos sistemas de IA para torná-los mais previsíveis e seguros em aplicações de alta criticidade.
• Construir um Ecossistema de Avaliações de IA: Publicar diretrizes e recursos para agências federais realizarem suas próprias avaliações de sistemas de IA, apoiando o desenvolvimento da ciência da medição e avaliação de modelos de IA.
• Acelerar a Adoção de IA no Governo: Otimizar a eficiência e eficácia dos serviços públicos através da IA, formalizando o Conselho de Diretores de Inteligência Artificial (CAIOC) para coordenação interinstitucional.
• Impulsionar a Adoção de IA no Departamento de Defesa: Integrar agressivamente a IA nas operações de guerra e back-office do DOD para manter a preeminência militar global, garantindo que seu uso seja seguro e confiável.
• Proteger as Inovações Comerciais e Governamentais em IA: Trabalhar em conjunto com a indústria para equilibrar a disseminação de tecnologias de IA de ponta com as preocupações de segurança nacional e abordar riscos de segurança.
• Combater a Mídia Sintética no Sistema Legal: Desenvolver ferramentas e diretrizes para o sistema legal e as forças de segurança lidarem com os desafios apresentados por "deepfakes" e evidências geradas por IA.

Pilar II: Construir a Infraestrutura de IA Americana

O segundo pilar aborda a necessidade de uma infraestrutura robusta para suportar o crescimento da IA, especialmente em termos de energia e fabricação de semicondutores.

• Agilizar o Licenciamento para Data Centers, Fábricas de Semicondutores e Infraestrutura de Energia: Simplificar os processos de licenciamento ambiental para acelerar a construção de fábricas de chips, data centers e novas fontes de energia.
• Desenvolver uma Rede Elétrica para Acompanhar o Ritmo da Inovação em IA: Atualizar e expandir a rede elétrica dos EUA para suportar data centers e outras indústrias de uso intensivo de energia do futuro.
• Restaurar a Fabricação Americana de Semicondutores: Revitalizar a indústria de chips nos EUA para gerar empregos de alta remuneração, reforçar a liderança tecnológica e proteger as cadeias de suprimentos.
• Construir Data Centers de Alta Segurança para Uso Militar e da Comunidade de Inteligência: Criar novos padrões técnicos para data centers de IA de alta segurança, capazes de proteger os dados mais sensíveis do governo contra ataques de atores estatais.
• Treinar uma Força de Trabalho Qualificada para a Infraestrutura de IA: Investir na força de trabalho que construirá, operará e manterá a infraestrutura de IA, identificando ocupações prioritárias e desenvolvendo programas de treinamento.
• Fortalecer a Cibersegurança da Infraestrutura Crítica: Promover a adoção de ferramentas de ciberdefesa habilitadas por IA e garantir que os sistemas de IA usados em aplicações críticas sejam seguros por design, robustos e resilientes.
• Promover a Capacidade Federal Madura para Resposta a Incidentes de IA: Desenvolver e incorporar ações de resposta a incidentes de IA na doutrina existente de resposta a incidentes para setores público e privado.

Pilar III: Liderar na Diplomacia e Segurança Internacional da IA

O terceiro pilar enfatiza a importância de os Estados Unidos liderarem no cenário global da IA, promovendo seus sistemas e padrões e impedindo que adversários se beneficiem de suas inovações.

• Exportar IA Americana para Aliados e Parceiros: Atender à demanda global por IA exportando todo o seu "stack" tecnológico (hardware, modelos, software, aplicações e padrões) para países que desejam se juntar à aliança de IA dos EUA.
• Contrabalançar a Influência Chinesa em Órgãos de Governança Internacional: Defender abordagens de governança internacional de IA que promovam a inovação, reflitam os valores americanos e contrapunham a influência autoritária.
• Fortalecer a Aplicação do Controle de Exportação de Computação de IA: Explorar novas abordagens para a aplicação do controle de exportação, como recursos de verificação de localização em computação de IA avançada, para garantir que os chips não estejam em países de preocupação.
• Eliminar Lacunas nos Controles de Exportação de Fabricação de Semicondutores Existentes: Desenvolver novos controles de exportação para subsistemas de fabricação de semicondutores, onde os EUA e seus aliados detêm quase-monopólios.
• Alinhar as Medidas de Proteção Globalmente: Incentivar parceiros e aliados a seguir os controles dos EUA sobre tecnologias sensíveis e usar ferramentas como a Regra de Produto Direto Estrangeiro e tarifas secundárias para alcançar um maior alinhamento internacional.
• Garantir que o Governo dos EUA Esteja na Vanguarda da Avaliação de Riscos de Segurança Nacional em Modelos de Fronteira: Avaliar sistemas de IA de fronteira para riscos de segurança nacional em parceria com desenvolvedores de IA de fronteira, especialmente em áreas como ataques cibernéticos e desenvolvimento de armas CBRNE.
• Investir em Biossegurança: Exigir que as instituições que recebem financiamento federal para pesquisa científica usem ferramentas e provedores de síntese de ácidos nucleicos com procedimentos robustos de triagem de sequência e verificação de clientes.

O "Plano de Ação para a IA da América" representa um roteiro ambicioso para que os Estados Unidos garantam sua liderança na era da inteligência artificial, impulsionando a inovação, fortalecendo a infraestrutura e exercendo influência global.